Market Access

“Poderá Portugal conquistar o seu pedaço de Canadá?”

Na habitual rúbrica publicada no Diário de Aveiro, Sheriff Thaver, retrata um país em forte crescimento, repleto de oportunidades para os empresários portugueses e com um grande desejo de fomentar relações comerciais com a União Europeia. 

O consultor reforça o papel decisivo do acordo CETA, a ser assinado entre a União Europeia e o Canadá que se encontra ainda em fase de aprovação, para o comércio internacional entre Portugal e o Canadá.

Poderá Portugal conquistar o Canadá?
Portugal e Canadá partilham uma longa história em comum que se inicia no séc. XVI. Coincidimos na democracia, na preservação dos direitos humanos e acordos de livre-comércio. No dia a dia os dois países apoiam-se nas inúmeras parcerias com organizações internacionais e proliferam as cooperações entre os dois países no âmbito da inovação e investigação científica. 

A economia portuguesa é hoje mais evoluída e adaptada às novas indústrias, nomeadamente às tecnologias de ponta, à inovação e à promoção da competitividade global. Um Portugal tecnológico é mais sedutor para os empresários canadianos, ávidos por inovação e alta tecnologia. Do outro lado do Atlântico, as empresas portuguesas poderão beneficiar de uma economia em franco crescimento, multicultural (incluindo cerca de meio milhão de luso-canadianos) e acesso privilegiado ao mercado americano. 

Ainda em fase de desenvolvimento, o recente acordo Comprehensive and Trade Economic Agreement (CETA) subscrito pela Europa e o Canadá, irá estreitar relações comerciais entre os dois territórios, através da redução em 99% dos custos alfandegários e da abolição das principais barreiras à exportação. 
Uma vez aprovado, o CETA irá aumentar a competitividade dos produtos e serviços portugueses no mercado norte-americano, estando a Comissão Europeia a prever um aumento de 23% (26 biliões de euros) das transações bilaterais de bens e serviços entre os dois territórios. O acordo potencia, ainda o acesso mais facilitado aos concursos públicos canadianos, bem como aos sectores-chaves do mercado, tais como serviços financeiros, telecomunicação, energia e transporte marítimo. 

Em 2014 as transações comerciais entre Portugal e o Canadá cresceram 15%, de um valor na ordem dos 611 milhões de dólares em 2013 para 702 milhões de dólares no ano seguinte. Apesar do volume de transacções entre os dois mercados ter vivenciado um contínuo aumento de exportações portuguesas, possui ainda uma representatividade reduzida quando comparado com o volume total de importações canadianas. O sector dos vinhos, por exemplo, apesar de muito apreciado pela população, representa apenas cerca de 3% do total de vinhos importados pelo país americano. O volume de exportações de Portugal para o Canadá tem crescido sustentadamente ao longo dos últimos anos, excedendo em 2014 os 511 milhões de dólares. Produtos lusos como o vinho, sapatos em couro, mobiliário, vestuário, linho, motores eléctricos e equipamentos para geradores, peixe congelado, entre outros, são os mais apreciados pelos consumidores canadianos. 

Para além dos produtos portugueses que já são conhecidos no mercado canadiano, as oportunidades de negócio não se esgotam por aqui. Sectores como a construção naval, força aérea, segurança, exploração mineira e energias renováveis estão em amplo crescimento e carecem de novos investidores. Com a premente aprovação do CETA, é pertinente que todos os empresários portugueses reflictam e que coloquem uma questão a si próprios: Conseguirei conquistar uma fatia do mercado canadiano? – e se já a tiverem poderão questionar-se – Conseguirei dominar uma fatia ainda maior? Se a resposta for sim, este é o momento de arriscar!

Sheriff Thaver, Consultor Market Access – Canadá

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