Quando abordamos mercados externos é necessário encarar a cultura como uma importante dimensão de todo o processo de internacionalização. Este conceito refere-se aos diferentes níveis compreendidos dentro da identidade cultural de cada indivíduo. Deste modo, a comunicação entre culturas diferentes está sujeita a diversas variações, sendo que os países/regiões diferem em mais do que a cultura, apresentando, assim, diferenças de identidade (língua, religião), valores (softwares da mente), e instituições (regras, leis, organizações visíveis).
Se procura expandir o seu negócio para um novo mercado, saiba que ter conhecimento da língua e das várias dimensões culturais do mercado-alvo são elementos facilitadores e promotores de parcerias comerciais.
A identidade cultural pode complementar a comunicação intercultural, sendo que, de acordo com Edward T. Hall, existem duas camadas que a constituem: uma mais superficial e outra mais aprofundada. A camada mais superficial diz respeito a fatores evidentes num primeiro contacto com uma cultura diferente e inclui aspetos como a música, comida, língua, artes visuais, celebrações, entre outros. Por sua vez, a camada mais aprofundada pode-se dividir em dois grupos, em que o primeiro contém aspetos que podem estar à superfície, mas escondidos – comunicação não verbal, demonstração de emoções, conceito de espaço pessoal, comportamento contextual, etc -, e o segundo engloba os fatores centrais que definem a cultura – ideias sobre como educar crianças, definições da idade adulta, redes familiares, ritmo de trabalho, etc. Todos estes aspetos relacionam-se com a comunicação intercultural, na medida em que para comunicar eficazmente, é necessário conhecer, a nível cultural, o indivíduo com quem se comunica.

Modelo de Hofstede: Como podemos comparar culturas?
Por sua vez, revela-se imperativo saber comparar culturas proficientemente, de modo a potenciar a comunicação intercultural. De acordo com Hofstede, existem, assim, seis dimensões culturais a ter em conta:
- Power Distance: o grau em que os membros menos poderosos de uma sociedade aceitam e esperam que o poder seja distribuído de forma desigual;
- Individualismo: o grau de interdependência que uma sociedade mantém entre os seus membros;
- Masculinidade: as culturas masculinas tendem a demonstrar preferência na sociedade pela realização, heroísmo, assertividade e recompensas materiais pelo sucesso. Comparativamente, as culturas femininas valorizam aspetos como cooperação, modéstia, cuidado com os fracos e qualidade de vida;
- Prevenção de Incertezas: o grau em que os membros de uma sociedade se sentem desconfortáveis perante a incerteza e ambiguidade;
- Orientação a Longo Prazo: as culturas enfrentam desafios relacionados com a manutenção de algumas ligações com o seu próprio passado enquanto lidam com os desafios do presente e do futuro;
- Indulgência: a forma pela qual as pessoas respondem aos seus desejos e impulsos.
Ao observar estas seis dimensões, é possível aprofundar conhecimentos acerca de culturas distintas, ajudando a compreender como a cultura impacta a forma/ética de trabalho. Através da análise destas dimensões, o Modelo de Hofstede permite-nos saber qual a distância cultural existente entre geografias e, consequentemente, guiar a nossa ação nos mercados externos.
Rede de consultores locais
Quando abordamos mercados externos é necessário ter consciência intercultural, conhecimento da etiqueta empresarial, costumes, estilos de gestão, organizações hierárquicas, uma vez que os gestores podem deparar-se com diferenças face à sua cultura e sistemas naturais. A rede de consultores locais da Market Access é fundamental nos processos de internacionalização dos nossos clientes, pois permite uma comunicação efetiva e bem-sucedida, evitando erros e falhas ao nível da comunicação em ambiente empresarial.
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Referências:
Hofstede, G., Hofstede, G. J. & Minkov, M. (2010). Cultures and Organizations: software of the mind: intercultural cooperation and its importance for survival. Nova Iorque: McGraw-Hill.
Kostić-Bobanović, M., Novak, M., Bobanović, M. (2016). The Impact of Foreign Language Skills and Cultural Competencies on SMEs’ Success in International Markets. Management International Conference, 31-44.
Okoro, E. (2012). Cross-Cultural Etiquette and Communication in Global Business: Toward a Strategic Framework for Managing Corporate Expansion. International Journal of Business and Management, 7(16), 130-138. Doi: 10.5539/ijbm.v7n16p130
Réka Nikoletta Gadza. (2021, junho 18). How Culture Impacts Workplace Dynamics. Disponível em http://www.rekanikoletta.com/index.php/component/content/article/18-posts/43-how-culture-impacts-workplace-dynamics?Itemid=101